Uma nova espécie de libélula acaba de ser descoberta no município de Gonçalves, no Sul de Minas Gerais. A novidade é fruto de uma pesquisa conduzida pelo professor e pesquisador Marcos Magalhães de Souza, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS). A nova espécie foi batizada com o nome científico de 'Brechmorhoga goncalvensis sp. nov'.
Conforme a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o estudo foi realizado em áreas de campos de altitude de Gonçalves e dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Fernão Dias, unidade de conservação istrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). A pasta apontou que a nova libélula foi encontrada entre 1.250 e 1.670 metros de altitude, próxima a riachos de águas corrente e em meio à vegetação da mata mista da Mata Atlântica.
A descoberta faz parte do projeto de pesquisa “Ecologia e Diversidade de Insetos e Aracnídeos em Floresta Mista na Área de Proteção Ambiental Fernão Dias”. O estudo tem como objetivos principais o inventário da fauna local de borboletas, libélulas e opiliões, a produção de um acervo fotográfico científico e a análise dos efeitos da altitude sobre o conjunto de seres vivos da região.
Conservação e turismo são elementos aliados
O professor Marcos Magalhães de Souza afirmou ao Agência Minas que a descoberta da nova espécie não apenas contribui com a ciência, como também pode impulsionar o turismo sustentável. “Essa libélula se torna, simbolicamente, um mascote para o município de Gonçalves. Isso fortalece o valor conservacionista do local e sua atratividade como destino de ecoturismo”, afirma o pesquisador.
Para o pesquisador, a novidade também reforça o papel das parcerias entre instituições públicas de ensino e pesquisa, sociedade civil e órgãos ambientais na conservação da biodiversidade. “É um exemplo de como o conhecimento científico pode se integrar à gestão das áreas protegidas e ao desenvolvimento sustentável das comunidades locais”, completa o pesquisador.
Sentinelas dos ecossistemas
As libélulas são consideradas bioindicadores ambientais de excelência. Suas ninfas, que vivem na água, são predadoras de outros organismos aquáticos, enquanto os adultos ajudam a controlar populações de insetos em ambientes terrestres. Essas características fazem das libélulas componentes-chave nas cadeias alimentares e na manutenção do equilíbrio ecológico.
"Apesar de sua importância, os estudos sobre a diversidade e distribuição de libélulas no Brasil ainda são escassos. Por isso, pesquisas como esta são fundamentais para ampliar o conhecimento científico, guiar políticas de conservação e assegurar a proteção de habitats sensíveis como os ambientes de altitude", ressalta a Semad.
A secretaria ainda reitera que, com a revelação da 'Brechmorhoga goncalvensis sp. nov.', as montanhas do Sul de Minas se consolidam como um importante refúgio da biodiversidade brasileira — e lembram que ainda há muito a ser descoberto sobre os pequenos grandes habitantes de nossos ecossistemas.
(Fonte: Agência Minas)